"As FAV de novo elevam a sua voz (...) para manifestar a sua profunda indignação e condenação absoluta da infeliz e absurda decisão do Presidente dos EUA, Barack Hussein Obama, de prolongar por mais um ano as sanções arbitrárias e sem sustentação jurídica contra cidadãos venezuelanos e ratificar o decreto que classifica a nossa nação como uma ameaça inusitada e extraordinária para a segurança nacional e a política exterior dos EUA", afirmam em comunicado.
O documento, divulgado hoje em Caracas, sublinha que é "inconcebível que o Governo da maior potência militar do mundo adote uma medida desta natureza, de elevado caráter de ingerência, de marcado acento imperialista, absolutamente desrespeitadora do princípio de autodeterminação dos povos e carente da mais elementar lógica política".
"Não é a Venezuela o país que intervém em distintas partes do mundo para promover e executar guerras atrozes, que geram milhares de vítimas, entre falecidos, feridos e deslocados, incluindo anciãos e crianças", afirma o documento, sublinhando que Caracas também não "promove atos desestabilizadores em governos de outras latitudes".
Segundo as FAV, tampouco é "a Venezuela quem decide e executa bloqueios comerciais, económicos e financeiros a outros povos do mundo" e não é "o maior consumidor, nem produtor de drogas a nível mundial, nem conta com um arsenal nuclear como meio de ameaça".
O texto salienta que a Venezuela, a sua gente, Governo e instituição castrense "têm promovido, sempre, a paz e a liberdade", sendo "verdadeiramente uma esperança que se constrói dia a dia, ao calor de uma democracia autêntica, popular, participativa e protagonista".
"Nos atuais momentos, quando a revolução, através da agenda económica bolivariana, realiza enormes esforços para reativar a economia nacional, afetada precisamente por uma crise promovida pelo mesmo sistema capitalista, o Governo norte-americano lança esta nova arremetida, que parece obedecer a obscuros interesses e é parte de uma campanha sistemática para desprestigiar o processo revolucionário conduzido acertadamente pelo Presidente Nicolás Maduro", conclui o documento.
Na passada sexta-feira, o Presidente dos EUA, Barack Obama, prolongou, por mais um ano, a vigência de um decreto que declara uma situação de "emergência nacional" devido ao "extraordinário risco" que representa a situação na Venezuela para a segurança norte-americana.
Obama justificou a medida numa carta enviada aos líderes da Câmara de Representantes e do Senado, na qual argumenta que a situação na Venezuela "não melhorou", sendo portanto necessário "continuar a emergência nacional, declarada na ordem executiva 13692, com respeito à situação na Venezuela".
Segundo os EUA, continuam a registar-se situações de "perseguição de opositores políticos, limitações à liberdade de imprensa, uso de violência e violações dos direitos humanos em resposta a protestos antigovernamentais".
Horas depois do anúncio a Venezuela condenou a decisão do Presidente Barack Obama e anunciou uma "revisão integral" das relações com os EUA.